DOR PRA ESCREVER

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Só costumo escrever por conta própria quando estou em sofrimento, agonia, tristeza. Feito agora. A alegria não impulsiona minha criatividade. O tédio, às vezes. A ansiedade da paixão também faz compor. Mas ao fim, tudo soa incrivelmente artificial e termino rasgando, apagando, ignorando.

Um texto de dor dura mais que todos os outros. É mais consistente, mais sincero.

O certo é que as coisas do mundo fazem mais sentido quando as costas pesam. A realidade triste aflora o que há de mais verdadeiro em cada um. Aí sim, não há problema algum em chapinhar na chuva de sapato branco. Não existe medo, não há o que perder. A dor deixa a alma leve.

Uma amiga disse que fico bonita quando choro. Concordo. De certa forma, a tristeza pra mim é bonita. O único prêmio que já ganhei veio do retrato da minha tristeza em forma de poesia. E sempre parece que meu lado mais ajuizado vem à tona quando estou vulnerável. Começo a achar que, no meu caso, possa ser que valha mais a pena ser triste do que alegre.